Resumo do Encontro Mundial das Famílias - Milão 2012

terça-feira, 14 de maio de 2013

14 de maio, Reflexão sobre a Vida



- Divulgar pelos amigos/colegas um texto sobre a vida (por papel, email, redes sociais, etc.) 

Texto de reflexão
A nossa época tem necessidade de sabedoria “.... A nova compreensão do sentido último da vida e dos
seus valores fundamentais é a grande tarefa que se impõe hoje para a renovação da sociedade. Só a consciência do primado destes valores consente um uso das imensas possibilidades colocadas nas mãos do homem pela ciência, que vise verdadeiramente a promoção da pessoa humana na sua verdade integral, na sua liberdade e dignidade.
A ciência é chamada a juntar-se à sabedoria. Podem aplicar-se aos problemas da família as palavras do Concílio Vaticano II: «Mais do que os séculos passados, o nosso tempo precisa de uma tal sabedoria, para que se humanizem as novas descobertas dos homens. Está ameaçado, com efeito, o destino do mundo, se não surgirem homens cheios de sabedoria». (…)”

(FAMILIARIS CONSORTIO 8)


- Recitação do Rosário - Mistérios Dolorosos


Primeiro Mistério
A Agonia de Jesus no Horto das Oliveiras

Do Evangelho de S. Mateus (26,37-39):
«Levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-Se e a angustiar-Se.
Disse-lhes então: “A minha alma está numa tristeza de morte; ficai aqui e vigiai comigo”. E,
adiantando-Se  um pouco mais, caiu com a face por terra, orando e dizendo: “Meu Pai, se é possível,
afaste-se de Mim este cálice. No entanto, não seja como Eu quero, mas como Tu queres”».

Reflexão: Em profundo recolhimento e oração Jesus entregou-se filial e amorosamente à vontade do
Pai, apesar de todo o seu grande sofrimento.

Prece: Peçamos a graça da confiança para cumprirmos com coragem  a vontade  do Pai e aceitarmos  a
cruz de cada dia.



Segundo Mistério

A Flagelação de Jesus atado à coluna

Do Evangelho de S. João (18, 38-19,1):
«Dito isto, (Pilatos) foi ter de novo com os judeus e disse- lhes: “Não vejo n’Ele nenhum crime.
Mas é costume eu libertar-vos um preso na Páscoa. Quereis que vos solte o rei  dos  judeus?”.  
Eles   puseram-se   de  novo   a  gritar, dizendo: “Esse não, mas sim Barrabás!”. Ora Barrabás era
um salteador. Então, Pilatos mandou levar Jesus e flagelá- lo».

Reflexão: Para fazer calar a multidão Pilatos mandou flagelar Jesus, mesmo estando  convencido  de
ter diante de si um inocente.

Prece: Rezemos pelos que são julgados injustamente e peçamos  a graça  de proclamar  a verdade  e
defender  a vida, mesmo em contracorrente com o clamor das multidões.



Terceiro Mistério
A coroação de espinhos de Jesus

Do Evangelho de S. Mateus (27,29-30):
«Tecendo   uma   coroa   de   espinhos,   puseram-Lha   na cabeça, e uma cana na mão direita.
Dobrando o joelho diante d`Ele, escarneciam-n`O, dizendo: “Salve! Rei dos Judeus!”. E, cuspindo-Lhe
no rosto, agarravam na cana e batiam-Lhe na cabeça».

Reflexão: Quando Deus nos visitou, muitos não O reconheceram.  Não  esperavam  um  Deus  pobre,
humilde, ridicularizado e humilhado.

Prece: Agradeçamos o Tesouro da Fé e adoremos a Deus que se manifesta na pobreza e humildade de seu
Filho Jesus Cristo.



Quarto Mistério

Jesus carrega a Cruz a caminho do Calvário


Do Evangelho de S. Mateus (27,31-32):
«Depois que O escarneceram, tiraram-Lhe o manto, revestiram-n'O  com os seus vestidos e levaram-n'O
para o  crucificar.  Ao  saírem,  encontraram   um  homem  de Cirene, chamado Simão, ao qual
obrigaram a levar a cruz de Jesus».

Reflexão: Foi necessário obrigar alguém a ajudar Aquele que carregou sobre Si os pecados de toda a
humanidade (cf:  2  Ped  2,24) e disse “Vinde a mim todos vós que andais cansados e oprimidos, Eu vos   aliviarei” (Mt 11,28).

Prece: Que o Espírito de Deus fortaleça em nós a vontade de seguir o exemplo de Jesus: atento a todos, optou preferencialmente  pelos mais necessitados.


Quinto Mistério
Jesus é crucificado e morre na Cruz

Do Evangelho de S. Lucas (23,44.46):
«Era quase meio-dia e houve trevas sobre a terra até às três horas da tarde. … Jesus, clamando com
voz forte, disse: “Pai, nas vossas mãos entrego o meu espírito”. E, tendo dito isto, expirou».

Reflexão:  Foi do alto da Cruz que Jesus  pediu  perdão para os que O estavam a matar, que nos
confiou a sua Mãe e que se entregou ao Pai. Com a Sua crucificação e morte, Jesus atraiu todos para
Si.

Prece: Peçamos a audácia de morrermos todos os dias para nós e de nos entregarmos cada vez mais ao
Pai e ao serviço dos irmãos.



sexta-feira, 10 de maio de 2013

13 de maio, Oração em Família


Oração a Nª Senhora pela Vida

Oração a Nossa Senhora pela Vida
Ó Maria, aurora do mundo novo,
Mãe dos viventes,
confiamo-Vos a causa da vida: olhai, Mãe,
para o número sem fim de crianças a quem é impedido nascer,
de pobres para quem se torna difícil viver,
de homens e mulheres vítimas de inumana violência,
de idosos e doentes assassinados pela indiferença ou por uma
presunta compaixão.
Fazei com que todos aqueles que creem no vosso Filho,
saibam anunciar com desassombro e amor aos homens do nosso
tempo o Evangelho da vida.
Alcançai-lhes a graça de o acolher como um dom sempre novo,
a alegria de o celebrar com gratidão em toda a sua existência,
e a coragem para o testemunhar com laboriosa tenacidade,
para construírem,
juntamente com todos os homens de boa vontade,
a civilização da verdade e do amor,
para louvor e glória de Deus Criador e amante da vida.

Por Cristo Nosso Senhor, Ámen.

(EVANGELIUM VITAE - JOÃO PAULO II – 25.03.1995)


Recitação do Rosário - Mistérios Gozosos

Primeiro Mistério
A Anunciação do Anjo a Nossa Senhora

Do Evangelho de S. Lucas (1,30-31.38):
«Disse-lhe o anjo: “Maria, não temas, pois achaste
graça diante de Deus. Hás-de conceber no teu seio e dar
à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus”. … Maria disse, então: “Eis a serva do Senhor,
faça-se em mim segundo a tua palavra”.»

Reflexão: O início da vida humana de Jesus passa pelo SIM pronto de Maria. Em total confiança e
entrega aos planos de Deus, ela acolheu no seu seio aquele que disse EU SOU A VIDA. A mãe de Jesus
é a MÃE DA VIDA.

Prece: Rezemos por todas as mulheres grávidas, para que ao saberem que são mães, consigam com
alegria e entrega dizer SIM à vida que têm em si.


Segundo Mistério
A visitação de Maria a Santa Isabel


Do Evangelho de S. Lucas (1, 41-43):
«Isabel, cheia do Espírito Santo, erguendo a voz exclamou:  “Bendita  sois  vós  entre  as 
mulheres  e bendito é o fruto do vosso ventre. E donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu
Senhor?”».

Reflexão: Depois de aceitar ser Mãe de Deus, Maria não se fechou em si mesma e, apesar da sua
condição de grávida, da distância e dos perigos, foi apressadamente para a montanha, a casa da sua
prima, para servir, ajudar e compartilhar da alegria do nascimento de João Batista.

Prece: Peçamos a força de Deus para conseguirmos sair de nós mesmos e nos colocarmos ao serviço dos
outros, principalmente dos doentes e dos que mais sofrem.



Terceiro Mistério

O nascimento de Jesus em Belém


Do Evangelho de S. Lucas (2,7):
«Quando se encontravam em Belém, completaram-se
os dias de ela dar à luz e teve o seu filho primogénito, que envolveu em panos e recostou numa
manjedoura».

Reflexão: Deus feito menino escolheu nascer em pobreza e simplicidade, sem conforto nem regalias.
Os primeiros a reconhecê-Lo e acolhê-Lo foram pessoas humildes e modestas.

Prece: Rezemos pelos mais pobres e por todos os que ficaram desempregados, para que não percam a
esperança num amanhã melhor.


Quarto Mistério
A apresentação de Jesus no Templo

Do Evangelho de S. Lucas (2,34-35a):
«Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: “Este menino  está  aqui  para  queda  e  ressurgimento  de
muitos  em  Israel  e  para  sinal  de  contradição; uma espada trespassará a tua alma”».

Reflexão: Maria e José levaram o Menino ao templo para o consagrarem ao Pai e foram recebidos pelo
velho Simeão que os abençoou. Movido pelo Espírito, Simeão confirmou Jesus como o Salvador, que uns
acolhem e outros rejeitam, e preparou Maria para os duros momentos da sua vida.

Prece: Neste Ano da Fé, por intercessão de Maria, que Deus nos conceda o verdadeiro acolhimento do
Salvador, discernimento e fidelidade no confronto de valores e perseverança nas perseguições por
causa de Jesus.



Quinto Mistério

A perda e o encontro do Menino Jesus no Templo

Do Evangelho de S. Lucas (2,49-51):
«”Porque  Me  procuráveis?  Não  sabíeis  que  devo ocupar-Me nas coisas de Meu Pai?”. Eles, porém,
não entenderam o que lhes disse. Depois desceu com eles e foi para Nazaré; e era-lhes submisso. A
sua mãe conservava todas estas coisas no seu coração.»

Reflexão: Maria e José procuraram Jesus até O encontrarem. O encontro do Menino entre os doutores
foi uma alegria mas também causa de alguma dor e perplexidade.

Prece: Que as crianças e jovens cresçam em graça e sabedoria, que os pais se unam e 
reencontrem seus filhos, e que as famílias vençam as dificuldades de um crescimento harmonioso.

12 de maio: Abertura da Semana da Vida

Abertura da Semana da Vida

Eucaristia da Ascensão do Senhor

Sugere-se:
- na introdução, referir o início da Semana da Vida

“Dá mais Vida à tua Vida”
Há luzes que brilham no meio das dificuldades do nosso tempo. No Ano da Fé, nos 50 Anos do Concílio Vaticano II e já sob o impulso da dádiva inestimável de Deus à sua Igreja, na pessoa do Papa Francisco, a Comissão Episcopal do Laicado e Família propõe-nos a Semana da Vida, endereçada a
todos os que procuram verdadeiras razões de esperança.


O lema da Semana - Dá mais vida à tua vida! – acorda em nós a consciência de que a vida é o maior e mais precioso dos dons. Mas também desperta e mobiliza para a premente necessidade de uma nova postura: sendo a vida, hoje, tão depreciada, ameaçada e destruída, urge parar esta cultura de morte, instaurando, em seu lugar, uma sólida cultura da vida. A Semana da Vida corresponde ao apelo do Papa João Paulo II, de uma celebração anual em defesa da vida, com o objetivo de suscitar nas consciências, nas famílias, na Igreja e na sociedade, o reconhecimento do sentido e valor da vida humana em todos os seus momentos e condições, concentrando a atenção de modo especial na gravidade do aborto e da
eutanásia. … (EV 85)


A inteligência e o coração dizem-nos que a vida é direito e responsabilidade de todos e de cada um, ninguém vivendo só por si, nem apenas para si. Cabe-nos acolher, defender e promover a vida que foi depositada em nossas mãos, a própria e a dos outros. Como valor primeiro, ela deve ser também critério fundamental, subjacente a todas as instituições humanas, privadas ou públicas. Toda a sociedade que não fundamente as suas leis no respeito total pela vida, desumaniza-se e cava a sua própria ruína.
Dar mais vida à nossa vida implica abraçá-la em todas as circunstâncias, sem ceder nem aos egoísmos, nem às modas ou correntes de opinião, nem aos mercados, nem aos parlamentos.

No nosso quadro cultural, reconhecidamente desfavorável, dar mais vida à vida é assumir modos concretos de defesa e promoção da dignidade inviolável de cada pessoa, desde a sua conceção até à sua morte natural. Bem na nossa atualidade, não podemos ficar insensíveis aos que mais sofrem com a crise que atravessamos. O recente Encontro Mundial das Famílias, sobre A Família: o Trabalho e a Festa, apelou à vigilância atenta sobre a justiça das medidas económicas decretadas, denunciou a ilusão de se pretender responder aos problemas humanos apenas pela via económica e lembrou que a família não pode continuar a ser deformada e destruída sem que se ultraje e destrua a pessoa e a própria sociedade.

A Páscoa do Senhor, na sua Ascensão e na vinda do seu Espírito Santo, abre-nos à dimensão mais profunda do nosso ser. No meio de nós e fazendo-se em tudo igual, menos no pecado, Jesus liberta-nos e abre-nos à dimensão infinita da relação com o amor e a ternura de Deus. Revelando-nos o desígnio admirável da nossa origem, criados por amor e para o amor, convida-nos a seguir o exemplo da sua entrega completa para que tenhamos a vida e a tenhamos em abundância.
 

Alguns apoios
A Semana da Vida é uma oportunidade e um desafio para cada pessoa, grupo ou família, pensar em melhorar a qualidade de vida, sua e dos outros, nos âmbitos pessoal, profissional e comunitário, inspirando-se nos autênticos valores humanos e cristãos.
O Departamento Nacional da Pastoral Familiar elaborou algumas sugestões para cada dia e deixa a todos o desfio de as aperfeiçoarem e até de criarem os seus próprios meios, para conseguirem momentos, pessoais e comuns, de interioridade e partilha.
Propomos, designadamente, alguns gestos, leituras e orações, que podem ser consultados no site www.leigos.pt, no link referente à Semana da Vida.




- incluir uma prece na Oração dos Fiéis

Prece para a Oração dos FiéisPela Igreja em Portugal, que hoje dá início à celebração da Semana
da Vida, para que “escute o apelo dirigido em nome de Deus a todos
e cada um: respeita, defende, ama, e serve a vida, cada vida
humana!” Oremos ao Senhor.

- nos avisos, referir como aceder aos subsídios (www.leigos.pt)


- Recitação do Rosário - Mistérios Gloriosos

 
Primeiro Mistério
A Ressureição de Jesus

Do Evangelho de S. Marcos (16,6):
«O Anjo disse-lhes: “Não vos assusteis. Procurais Jesus de Nazaré, o Crucificado? Ressuscitou. Não
está aqui. Eis o lugar onde O tinham depositado”».

Reflexão: Ele está vivo e, pelo seu Espírito, continua presente em nós, na Palavra, na Eucaristia,
na Igreja… A esperança na ressurreição prometida projeta uma nova luz sobre o mistério do
sofrimento e da morte, e infundem no crente uma força extraordinária para se abandonar ao desígnio
de Deus (EV 67).

Prece: Peçamos ao Senhor que sejamos, à nossa volta, fermento  de  esperança  e  construtores 
generosos  de uma nova cultura da vida.


Segundo Mistério

A Ascensão de Jesus ao Céu

Do Evangelho de S. Lucas (24,51-52):
«Enquanto os abençoava, separou-Se deles e elevou-Se ao Céu. E eles, depois de se terem prostrado diante d`Ele, voltaram para Jerusalém com grande alegria».


Reflexão: Como afirmamos no Credo, Jesus Cristo voltará novamente para  julgar os  vivos  e  os 
mortos. Mas, antes de subir ao Céu enviou os discípulos por todo o mundo, a evangelizar.

Prece: Com Maria, Rainha da Nova Evangelização, pedimos para que no nosso apostolado sejamos
testemunhas coerentes do Evangelho.


Terceiro Mistério 

A descida do Espírito Santo sobre Nossa Senhora e os Apóstolos

Dos Atos dos Apóstolos (2,3-4):
«Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes inspirava que se exprimissem».


Reflexão: Estar ao serviço da vida não é para nós um título de glória, mas um dever que nasce da
consciência de sermos “o povo adquirido por Deus para proclamar as suas obras maravilhosas (Cf. 1Pe
2,9) (EV 79).

Prece: Que o Senhor derrame o seu Espírito em nossos corações para escutarmos a sua Palavra e
anunciarmos as suas maravilhas.


Quarto Mistério
A Assunção da Santíssima Virgem ao Céu


Do Apocalipse de S. João (12,1):
«Um grande  sinal apareceu  no Céu: uma mulher envolvida  pelo Sol, com a Lua debaixo  dos pés e
uma coroa de doze estrelas na cabeça».

Reflexão: Ao elevar Maria em corpo e alma para o Céu, o Senhor confirmou que Aquela que é toda
Santa e Imaculada   é  a  nossa  Mãe,  que  não  nos  esquece  e intercede por nós.

Prece: Rezemos por todos os pais que sofrem e desanimam, para que consagrando os seus filhos ao
cuidado  de Maria, sintam a sua confortante  protecção na sua difícil e admirável missão de educar.



Quinto Mistério
A Coroação de Nossa Senhora, como Rainha do Céu e da Terra

Do Livro de Judite (15,10):
«Tu és a glória de Jerusalém, Tu a alegria de Israel, Tu a honra do nosso povo…Sê eternamente
bendita pelo Senhor omnipotente».

Reflexão: Maria é Rainha porque é Mãe do Rei e Senhor de todas as coisas. Com Ele partilha o Reino
da paz, da justiça e da vida.

Prece: Peçamos a Maria, Mãe das famílias, para que em todos os lares cristãos reine a alegria, a fé
e o amor.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Responsáveis da pastoral familiar avaliam VII Encontro Mundial das Famílias


Bernardo e Graça Mira Delgado
O VII Encontro Mundial das Famílias, que terminou ontem, mereceu uma avaliação positiva da parte dos responsáveis da pastoral familiar ouvidos pela FAMÍLIA CRISTÃ ainda em Milão. Bernardo e Graça Mira Delgado, o casal responsável pelo Departamento Nacional da Pastoral Familiar (DNPF), revelaram que, apesar do tema ser «estranho», os conteúdos do Congresso foram muito importantes. «Estávamos um pouco perplexos com o tema, mas no fundo é uma forma de integrar toda a vida das pessoas dentro da família. Tudo quanto é trabalho e tudo é festa, e no fundo é transformar toda a vida da família e integrá-la no mesmo projeto», referiu Graça Mira Delgado.

Bernardo Mira Delgado destaca a forma como o enquadramento teológico da família foi «muitíssimo bem abordado no primeiro dia, com algumas ideias novas, pelo menos na forma de apresentação» e a maneira como se falou da «gratuidade e da reciprocidade do trabalho, e das relações que havia entre a família e o trabalho», enquanto que Graça Mira Delgado preferiu destacar a forma como a festa se deve manifestar na vida da família, sempre ligada ao trabalho. «Uma das coisas que me ficou é que vemos sempre o trabalho como oposição à festa. O trabalho é o que nos retira da família, que nos afasta do prazer e do bem-estar, e acho que aí é preciso fazer uma alteração profunda. Se o trabalho for encarado como motor de desenvolvimento, pode ser uma arma para melhorar a vida na família e não um obstáculo», sustentou a responsável do DNPF.

O grande desafio agora é, claro, fazer chegar a estas mensagens a todos os quantos não tiveram oportunidade de assistir às conferências e aos discursos do Papa. «Estas mensagens deverão ser passadas por todos os que tivemos a sorte de aqui estar, porque é muito importante que tudo passe. É uma pena se isto fica aqui fechado, se não se leva isto às pessoas», diz Bernardo Mira Delgado, e Graça Mira delgado reconhece que a bola está do lado do DNPF. «Este é o grande desafio que se nos coloca, a razão pela qual aqui estamos. Temos de desmultiplicar esta informação por toda a gente. Esperamos que a Pastoral Familiar seja impulsionada e chegue às pessoas», afirma.

Pouca participação portuguesa preocupa responsável de Braga
Jorge Teixeira (à direita na foto) no Aeroporto de Bresso com o grupo de Braga
Jorge Teixeira é responsável diocesano da Pastoral Familiar em Braga e veio a acompanhar um dos grupos que se deslocou da cidade dos Arcebispos até Milão. No final de tudo, a avaliação é também muito positiva, embora o responsável defenda que não se possa fazer «copy paste [cópia literal]» disto para a realidade portuguesa. «Há coisas que são bases teóricas que é importante quem trabalha estas áreas ter, e essas foram dadas. As experiências, que era o que vínhamos mais à procura, é que têm de ser adaptadas. Por exemplo, fui assistir a uma mesa redonda sobre casais divorciados onde se deu a experiência de alguns casais e da forma como lidavam com a situação. É óbvio que não podemos transpor para a nossa realidade tudo o que foi dito e partilhado, mas pelo menos ficámos muito mais sensíveis, porque foram testemunhos de vida muito tocantes», referiu Jorge Teixeira.

O responsável de Braga destaca o tema do Trabalho de entre as temáticas abordadas no Congresso. «O trabalho que prejudica a família, porque é levado ao exagero o excesso de horas que se dedica a ele, ou o trabalho que falta, e que também prejudica a família por causa de todo o desconforto e desarranjo que faz nas famílias», destacou.

O ponto menos bom de tudo foi mesmo a pouca participação portuguesa [cerca de 120 pessoas, segundo contabilidade apresentada à FAMÍLIA CRISTÃ por D. Antonino Dias, presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família], que deixa este responsável apreensivo e crítico. «Acho que a nossa conferência episcopal devia refletir um bocadinho sobre o que aconteceu em Milão e porquê. Quem é que anima quem? São os leigos que têm de animar os bispos, ou são os bispos que têm de animar os leigos? Funciona nos dois sentidos? O D. Antonino era o único bispo português presente, não havia mais nenhum. Mas não podia estar aqui mais ninguém? Isto é para as famílias, é certo, mas faltou claramente presença da igreja portuguesa, faltou mobilização dos casais nas dioceses, da equipa nacional, dos movimentos, que praticamente não estão presentes. Quando ouvimos que são 150 os representantes de Angola, com 3 bispos e 10 padres, eu fico corado de vergonha, porque nós não chegamos a tanto…», lamenta o responsável, que não dúvidas que foram lançadas muitas bases de trabalho para o futuro nas dioceses. «Não é por falta de conteúdos que vamos trabalhar mal, se o fizermos é mesmo por falta de vontade…», conclui.

domingo, 3 de junho de 2012

Mais de 1,5 milhões de pessoas viram o Papa


O Pe. Federico Lombardi, porta-voz da Santa Sé, afirmou hoje em conferência de imprensa que mais de 1,5 milhões de pessoas estiveram com o Papa nestes três dias em que o Sumo Pontifíce esteve em Milão para o VII Encontro Mundial das Famílias. Este é um número que deixa o Papa «muitos satisfeito e sensibilizado», em virtude das várias manifestações de carinho que recebeu dos peregrinos presentes nas estradas, na Piazza del Duomo, no Teatro della Scala, no estádio de San Siro e no aeroporto de Bresso, onde 350 mil pessoas celebraram ontem a Festa dos Testemunhos e cerca de 1 milhão participou hoje na Santa Missa.

O Pe. Lombardi revelou ainda que o Papa ficou muito «contente» por ter podido ser ele a fazer o anúncio oficial da próxima cidade de acolher o Encontro Mundial das Famílias. «Obviamente que a escolha estava feita, não lhe apareceu por inspiração durante o Angelus, mas foi muito bom que ele pudesse ter anunciado apenas ali, e que o segredo se tivesse mantido», afirmou o Pe. Lombardi aos jornalistas presentes na conferência de imprensa que teve lugar após a celebração no Aeroporto de Bresso.

Ainda sobre a escolha de Filadélfia, o Pe. Lombardi explicou que a escolha tinha seguido um «critério geográfico». «O procedimento é termos uma rotatividade entre Europa e o resto do mundo, e portanto depois de Rio de Janeiro, Manila e México, o próximo será na América do Norte, onde iremos encontrar uma realidade cultural e espiritual muito diferente», disse o porta-voz do Vaticano.

Após a celebração da Santa Missa, Bento XVI almoçou com famílias dos vários continentes do mundo. Eram sete as famílias: de Bagdade, Iraque, a família Hassib, de duas pessoas; de Kinshasa, na República Democrática do Congo, os esposos Botolos; da Cidade do México, a família Gomez Serrano, composta pelo casal, o seu filho e uma avó; de Espanha os espanhois Burgos; da Austráliaa família Gree, de 4 elementos, entre os quais um seminarista: de Filadélfia, cidade que vai acolher o VIII Encontro Mundial das Famílias, a família Tumco, composta por sete elementos, os pais com cinco filhos; e finalmente, de Milão, cidade que acolheu este evento, a família Colzani foi ao almoço acompanhada dos seus quatro filhos, segundo informou a sala de imprensa do VII Encontro Mundial das Famílias.

Questionado sobre o porquê de o Papa ter falado tão especificamente sobre a temática dos casais divorciados, o Pe. Lombardi afirmou que o Papa não pretende mudar nada com este discurso. «Esta não foi uma mensagem para os padres ou os técnicos destas áreas. O Papa abordou a questão de uma forma pastoral, falando para as famílias que o ouviam. Ele considera que é tarefa das dioceses darem resposta a esta temática, e por isso o disse na sua homilia, e ele espera que esteja a haver este trabalho. Por isso, resolveu dar o seu contributo para esta questão, apesar de saber que o trabalho deve ser feito mais a nível local», sustentou o Pe. Lombardi.

No final da conferência de imprensa, o porta-voz do Vaticano elogiou a beleza do evento de Milão. «Vimos um Papa sereno e muito contente com esta jornada, estes três dias muito belos de pastoral da Igreja num evento internacional. Foi um evento eclesial muito expressivo do serviço da igreja para a sociedade. É uma mensagem positiva, não polémica, de tornar grande a voz da família, e foi um evento que expressa a missão da Igreja no mundo de hoje e na sociedade», concluiu.

Filadélfia recebe próximo Encontro Mundial das Famílias



O Papa Bento XVI anunciou que Filadélfia foi escolhida para receber o VIII Encontro Mundial das Famílias, em 2015. Durante a oração do Angelus, o Santo Padre fez o anúncio que deixou a delegação de Filadélfia muito feliz.

Dirigindo-se aos peregrinos de língua portuguesa presentes no Aeroporto de Bresso, em Milão, o Papa pediu que «reservem o domingo para Deus, e fazei festa com Deus».

«Saúdo as famílias dos diversos países de língua portuguesa, aqui presentes ou em comunhão connosco, a todas recordando o olhar da Trindade divina que, desde a aurora da criação, se pousou sobre a obra feita e com ela se alegrou: «Era muito boa!» Queridas famílias, sois o trabalho e a festa de Deus! Reservando o domingo para Deus, fazei festa com Deus e repousai, juntos, na Fonte donde brota a vida para construir o presente e o futuro. As forças divinas são bem mais poderosas que as vossas dificuldades! Não tenhais medo! Sede fortes de Deus! Com alegria, vos anuncio que o próximo Encontro Mundial será em 2015 na cidade americana de Filadélfia», disse o Papa.

No final da oração do Angelus, Monsenhor De Scalzi anunciou que o Papa tinha decidido doar 500 mil euros para ajudar no trabalho das dioceses que tinham sido afetadas pelos terramotos recentes.

«A vocação do amor é a única que pode transformar o mundo de verdade»



Na homilia da missa de encerramento do VII Encontro Mundial das Famílias, em Milão, Bento XVI fez um discurso virado para a família, como seria de esperar. O Papa saudou todos os presentes e começou por afirmar que as comunidades cristãs deveriam todas ser «cada vez mais como famílias». «Está-nos confiada a tarefa de construir comunidades eclesiais que sejam cada vez mais família, capazes de refletir a beleza da Trindade e evangelizar não só com a palavra mas – diria eu – por “irradiação”, com a força do amor vivido», referiu o Papa.

Referindo-se ao casamento, Bento XVI defendeu que «é o amor que faz da pessoa humana a autêntica imagem de Deus». «Deus criou o ser humano, homem e mulher, com igual dignidade, mas também com características próprias e complementares, para que os dois fossem dom um para o outro, se valorizassem reciprocamente e realizassem uma comunidade de amor e de vida», defendeu. Revelando aos casais que, «na vivência do matrimónio, não dais qualquer coisa ou alguma actividade, mas a vida inteira», o Papa sustentou que o amor fecundo do casal revela-se em várias facetas. «O vosso amor é fecundo, antes de mais nada, para vós mesmos, porque desejais e realizais o bem um do outro, experimentando a alegria do receber e do dar. Depois é fecundo na procriação generosa e responsável dos filhos, na solicitude carinhosa por eles e na educação cuidadosa e sábia. Finalmente é fecundo para a sociedade, porque a vida familiar é a primeira e insubstituível escola das virtudes sociais, tais como o respeito pelas pessoas, a gratuidade, a confiança, a responsabilidade, a solidariedade, a cooperação», salientou, perante uma multidão de cerca de 850 mil pessoas, que o escutava em profundo silêncio.

Não se esquecendo as crianças, o Papa advertiu os pais para a importância da educação dos seus filhos. «Cuidai dos vossos filhos e, num mundo dominado pela técnica, transmiti-lhes com serenidade e confiança as razões para viver a força da fé, desvendando-lhes metas altas e servindo-lhes de apoio nas fragilidades», pediu o Santo Padre, que de seguida se dirigiu aos filhos, exortando-os a «manter sempre uma relação de profundo afeto e solícito cuidado com os vossos pais», e «entre irmãos e irmãs».

Bento XVI não ignora as dificuldades por que passam os casais hoje em dia, mas apelou a que escutassem e seguissem os testemunhos das famílias presentes neste Encontro: « manter um relacionamento perseverante com Deus e participar na vida eclesial, cultivar o diálogo, respeitar o ponto de vista do outro, estar disponíveis para servir, ser paciente com os defeitos alheios, saber perdoar e pedir perdão, superar com inteligência e humildade os possíveis conflitos, concordar as directrizes educacionais, estar abertos às outras famílias, atentos aos pobres, ser responsáveis na sociedade civil», enumerou. Mais do que saber como se constrói uma relação em casal, o Papa quer que as famílias se tornem «um Evangelho vivo, uma verdadeira Igreja doméstica».

O problema dos cristãos divorciados esteve presente também na homília de Bento XVI, que pediu às dioceses que trabalhem para os saber acolher nas suas comunidades. «Quero dedicar uma palavra também aos fiéis que, embora compartilhando os ensinamentos da Igreja sobre a família, estão marcados por experiências dolorosas de falência e separação. Sabei que o Papa e a Igreja vos apoiam na vossa fadiga. Encorajo-vos a permanecer unidos às vossas comunidades, enquanto almejo que as dioceses assumam adequadas iniciativas de acolhimento e proximidade», disse o Papa.

O tema deste Encontro Mundial das Famílias, «A Família: Trabalho e Festa», não foi esquecido nesta homília. O Papa criticou as teorias económicas modernas, onde «prevalece muitas vezes uma conceção utilitarista do trabalho, da produção e do mercado económicas». «O projeto de Deus e a própria experiência mostram que não é a lógica unilateral do que me é útil e do maior lucro que pode concorrer para um desenvolvimento harmonioso, o bem da família e para construir uma sociedade mais justa, porque traz consigo uma competição exasperada, fortes desigualdades, degradação do meio ambiente, corrida ao consumo, mal-estar nas famílias. Antes, a mentalidade utilitarista tende a estender-se também às relações interpessoais e familiares, reduzindo-as a convergências precárias de interesses individuais e minando a solidez do tecido social», argumentou o Papa.

O final da homília foi dedicado à importância do Domingo, enquanto dia de festa e de descanso. «Queridas famílias, mesmo nos ritmos acelerados do nosso tempo, não percais o sentido do dia do Senhor! É como o oásis onde parar para saborear a alegria do encontro e saciar a nossa sede de Deus», apelou Bento XVI, para quem «as três dimensões da nossa vida [família, trabalho e festa], se devem encontrar num equilíbrio harmonioso». «Harmonizar os horários do trabalho e as exigências da família, a profissão e a maternidade, o trabalho e a festa é importante para construir sociedades com um rosto humano», concluiu.